quinta-feira, 30 de julho de 2009

Dois lados

Sabemos seja por conta própria ou através da imprensa que o Brasil é um dos países no qual a força tributária é imensurável, e só não me arrisco a taxar como segundo em carga de tributos em todo o mundo por não ter absoluta convicção, e como sabido é, este blogue apresenta-se, sempre, fiel a verdade, não obstante a inventar algumas para demonstrar a veracidade, e se procurarmos no dicionário encontraríamos como sinônimo, para tal elucidação, a palavra parábola.

Pois bem, não irei pôr-me a tergiversar e tentarei ir direto ao cerne da questão a qual pretendo discutir. De um modo geral, o Brasileiro paga impostos, caros em sua maioria, sobre tudo consumido, inclusive naquela cachacinha da qual o bêbado jamais desconfia ser onerado, claro está, que pus de “modo geral”, pois somos sapientes da existência das irregularidades da lei, contudo a disfarçaremos e trataremos somente da parte legal. Vamos nós.

Paga-se impostos ao governo e não se tem uma rede de saúde compatível aos altos valores retirados dos bolsos, cada vez mais vazios, do Brasileiro. E juntamente com a saúde vemos a educação a ser deixada de lado, mas vamos ser justos com nossos governantes, eles são coerentes no ponto educacional, uma vez que se gerarem cidadãos inteligentes e questionadores dariam “um tiro no próprio pé” e “a bala sairia pela culatra”. Portanto como os políticos também são Brasileiros, jamais serão trouxas, pois esta definição eles marcam, tal qual boi, em nossas testas.

Todavia, para esses dois problemas, um tangente a saúde e outra a educação, os nossos geniais, insólitos e prodigiosos governantes já puseram em prática “soluções” e para ambas é a mais simples possível. Se pensaste em privatização acertaste como um gênio do capital que és. Logo, a ilação é tão evidente quanto à morte, quem tem privilégio financeiro tem do bom e do melhor, como é dito na gíria, enquanto os restos se consolam em ter ao menos uma coisa igual aos privilegiados e esta é a já citada morte. Pois bem, infelizmente a meu ver e felizmente aos olhos alheios, o Brasil e inúmeros países vivem assim, e caso protesto tenha não tarda dos protestantes serem alcunhados de desordeiros e serem calados através da, única, psicologia indiscutível, isto é, a brutal.

Então, tratarei de um assunto mais, à primeira vista, inofensivo, porém também muito rentável aos cofres públicos. Refiro-me aos guardadores de carro ou dono das ruas, aos quais ficamos submetidos, ou melhor, seria dizer reféns. Por conseguinte, analisemos o âmago da questão. Se pagamos impostos, por que devemos pagar por estacionar o carro na rua, se a segurança dos carros e os locais onde ficam são da competência pública para usufruto da população, a qual, repetimos para se compreender bem, paga seus impostos. Enfim, somos obrigados a pagar duas vezes, pois caso contrário está arriscado o carro ser depredado e o valor do prejuízo ser incalculável.

Para falar a verdade, o certo e melhor é não nos preocuparmos com isso, não lutarmos por nossos direitos, tampouco ser chato e inconveniente como o autor do blogue, quiçá o certo é proceder e fazer como se diz a boca pequena: “Deus ajuda quem cedo, e calado, madruga.”

5 comentários:

  1. Danilo, meu caro botafoguense de alma, primeiramente eu não tenho gabarito nem para criticar, muito menos aconselhar quem tem opinião própria, séria e centrada.

    Dei uma lida nos posts da página e percebi sua indignação social. Enquanto a máquina pública só incha com atos secretos, o dinheiro para educação só diminui. Leia-se: Na cabeça deles (e de muita gente), Brasil precisa de pobre e miserável. Alguém tem que fazer o trabalho sujo.

    As coisas só mudam de duas formas: Pelo sistema ou pela revolução do sistema.

    Nosso sistema é isso aí: voto obrigatório, pouco dinheiro público para educação e saúde, nenhuma vontade de mudança eleitoral, partidos de esquerda e direita iguais, etc.

    Revolucionar o sistema? Bota bolsa-família, fome zero e vale-cultura. 'Pão e circo' é antigo, mas funciona que é uma beleza.

    Abraço e parabéns pelo blog (continuarei lendo).

    Adriano Vinagre

    ResponderExcluir
  2. Danilo, nossa carga tributária é tão grande quanto a extensão de nosso território e tão desigual quanto o nosso lado social. Represento empresas do segmento de utilidades e sei que a coisa tá complicada com a chegada da nota eletrônica e da ST, que debita na fonte o lojista, sem ao menos dar tempo ao camarada de vender o produto( Um absurdo legal).
    Quantos ao FLAnelinha, putz, eu tenho ódio e me recuso a pagar. Saí no tapa com um , faz dosi anos. era a terceira vez no dia que eu ia na padaria do bairro.e o cara queria três paus toda hora.Nunca mais me cobrou nada e hoje ele continua por lá.
    Agora, apareça lá no blog com seu sábio e equilibrado comentário e procure a postagem da enquete zoada contra o flamengo e o post do jefferson para zoar os rubro-negros, dá essa força contra os molambos! abs,leandro

    ResponderExcluir
  3. Oi, Danilo.

    Para começar, agradeço sua visita ao meu blog e espero que continue a fazê-lo, além de comentar e dar opiniões sobre o mesmo.

    Quanto ao seu, gostei muito. Na verdade, nem sabia que você tinha um. E há tanto tempo!

    Muito bom tratar de assuntos atuais e interados como estes, além de fortalecer o pensamento crítico e nos tirar da "massa de manobra". Ótima iniciativa.

    Fica aqui a minha despretensiosa opinião quanto a este espaço virtual. Espero que dê tudo certo.

    Grande abraço e até mais.

    Rodrigo (Cefet).

    ResponderExcluir
  4. Danilo,

    Apenas uma correção que cabe - e muito - ser fita. Em dado momento, você sublinha: " [...] quem tem privilégio financeiro, tem do bom e do melhor. [...]".

    Nobre amigo, chegamos a um ponto tal do caos, que até mesmo aqueles com alguma condição financeira - neste caso, leia-se: minimamente suficiente para pagar um PLANO DE SAÚDE - penam em filas de espera em hospitais PARTICULARES, mesmo esses D'or da vida.

    O cenário é o pior possível.

    Lendo este post, me veio a cabeça, de imediato, "Comportamento Geral", do nosso grandissíssimo Luiz Gonzaga Jr., ou simplesmente Gonzaguinha. Note: o cenário já era caótico à época em que o poeta escreveu a música (1972,segundo consta na rede). Aí eu te pergunto: mudou alguma coisa?, e mais: Vai mudar?

    ResponderExcluir
  5. Diego, sim o cenário é pior possível, mas de qualquer modo "quem tem poder financeiro" continua beneficiado, se reclamas por pagar e não ser atendido - e faz isso, reclamar, com toda razão - imagina quem está largado ao sistema público? Simplesmente segue o mandamento de não adoecer, pois caso aconteça só gastará dinheiro com funeral, visto que de antemão já é cônscio que não tem médico e tampouco remédio para remediar-se.

    A situação é pior do que se pode imaginar, e sim, o Gonzaguinha sempre foi poeta e genial, não raramente prevê o futuro e descreve a vida, com perfeita acuidade. Contudo, lembra daquelas palavras daquele famoso escritor português, detentor do Nobel? No qual diz: "Caminhamos ao grunhido." Certo está ele, errado estão todos, inclusive ele, ou todos os que tentam de algum jeito mudar.

    Abração.

    ResponderExcluir