sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comemorai

Há quarenta (40) anos o homem pisava na Lua, essa é a notícia de jornais, será mentira ou verdade perguntam, desde 20 de julho de 1969, alguns. Porém, do que interessa se é mentira ou verdade isto, qual a relevância se chegamos ou não à Lua? Se ao olharmos para Terra vemos mortes, ou seja, o homem ganha a Lua enquanto outros sequer ganham a vida. Então, alguns cientistas e outros fanáticos pela ciência irão bradar aos sete ventos a minha heresia e a minha ignorância em não aceitar ou desvalorizar tal avanço, mas isso não faço. O que faço é pôr tal “façanha” em segundo plano, uma vez que em primeiro plano, ao meu ver, deve encontrar-se a humanidade, contudo ela morre aos poucos, morre de fome, na África, e ninguém ou quase ninguém se importa ou importa-se quando convém, isto é, com a existência de algum motivo político atrás das cortinas de “preocupações”.

Outrossim, há dois mil e nove anos (2009) temos a luta em nome do Senhor pela terra prometida a uns e negada aos outros e as guerras santas se sucederam, em nome de Deus, e assim lá se vive com a sombra dos mortos sobre os vivos e a imagem dos falecidos a tapar o futuro e vida dos que ainda, por que Deus quer, respiram por aqui.

E ao caudal os milhões investidos no espaço, literalmente, vão, como dizem no linguajar popular, para o espaço, pois o ser humano morre de fome – não apenas na África que deixemos claro, e sim, em inúmeros lugares espalhados pelo Globo Terrestre, incluindo países desenvolvidos, onde a miséria é patente, apesar de tentarem "mostrar" como latente – e estima-se que uma parcela ínfima desses investimentos estratosféricos seria suficiente para alimentar tais humanos e evitar sua morte prematura, uma vez que morrer todos nós vamos, entretanto isso não é assaz às grandes nações, aos grandes empresários que mandam e desmandam no mundo. Logo para eles vale mais lutar e tentar alcançar outros planetas, e quem sabe aumentar o seu mercado consumidor e ser dono de dois planetas, destarte levando também, consigo, a fome e a miséria, pois essas vão na sua bagagem. É, até que não é má idéia eles encontrarem outro planeta habitável, então, sonho eu, se mudam e nos deixam em paz para tentarmos nos organizar e, por que não, chegarmos à qualidade, novamente, de humanos que perdemos pelo caminho.

Mas não devemos nos atar a todos esses meandros de problemas, vamos soltar fogos pela chegada do homem à Lua é o que diz a TV, e se essa é a luz que nos ilumina e nos faz enxergar, não há porquês para duvidar, sejamos felizes com aparências e esquecemos a realidade e verdade, elas são fugazes. A propósito, comemorai, já há quem, por vós, chorai.

2 comentários:

  1. Para te embasar ainda mais, lembre-me de te emprestar "Um grito de liberdade" (Cry Freedom, 1987), com o espetacular Denzel Washington no papel de um pouco (ou nada) conhecido ativista sul-africano: Stephen Biko. Vale muito a pena.

    A questão da África é uma das que mais me incomoda. Aquilo é a personificação da MISÉRIA, até hoje.

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  2. Então somos dois que se sentem incomodados com tal situação, me sinto completamente indignado, enfim...

    Sobre o filme, sou o único que te devolvi os, para mim, emprestados em uma semana e extamente o mais prejudicado, pois a rotação foi bloqueada. Portanto, na próxima vez vou prendê-los por alguns meses...hahaha

    Abraços.

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