quinta-feira, 16 de julho de 2009

Cabelos

Tenho o cabelo dos que se encontram na juventude, de penteado e corte quase militar; minha mentalidade parece tê-los brancos; as chuvas de reclamações, diárias, são fidedignas de quem os não possuem mais; o sorriso imanente a mim assemelha-se ao daquele que nunca o teve e ainda sequer aprendeu alguma palavra; a mania de perfeição, a qual não consigo me livrar, remete-se aos que vivem com ele bem penteado, tanto para sair como ao voltar do trabalho; a preocupação acerca de meu futuro lembra aos dela, aqueles bem cuidados e tratados semanalmente, pois apenas nossas progenitoras os possuem; a rebeldia é igual ao meu irmão, bagunçado e jogado pro alto, como se acabasse de acordar. Os cabelos alheios talvez me descrevam bem, ou talvez, somente joga-te para o alto, como faço com os meus. Pois é certo, se penteio-o de modo a suspender a franja e o vento se encarregar de desfraldá-lo, então análogo ocorre a minha vida que permite ao vento levá-la, porém ele, também balança meu coração e no fim tremulam juntos, o cabelo, a vida, o coração.

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