quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dualidades

Temos o costume, nós seres humanos, de dividir qualquer situação entre bom e mau, de céu e inferno, de Deus e diabo, ou seja lá qual for a dualidade escolhida. Portanto, o importante é saciar a sede dos opostos e dos sentidos contrários, e tal qual qualquer outro mortal não serei diferente e, desde já, dividirei a vida em dois caminhos, pois desta forma me convém e caso discorde, separe na sua mente do modo mais conveniente, destarte os meus são eles: A Alienação e O Conhecimento. – Pus ambas de iniciais maiúsculas a fim de não beneficiar o partido a ou b.

Em razão da massificação imposta pela sociedade é normal se preterir a alienação em detrimento ao conhecimento, porquanto este é tido como ouro e dos raros. Porém, ela, a massificação social, convém impor ao título de conhecimento o que é de seu gosto, logo ignorando e prescindindo do verdadeiro conhecimento. Entretanto, aquilo a que ela mesma ignora responsabiliza o misticismo ou o divino, pondo-os a cargo disso e daquilo, criando um novo conhecimento, contudo se alienado ou não, aprimorado no conhecimento ou não, Deus o perdoará. Nalgumas situações preferia ser totalmente alienado, noutras totalmente tomado pelo conhecimento, conquanto não seja nenhuma tampouco a outra, mas certo desta vida, de via única, é buscar a felicidade. Ademais, de uma circunstância tenho convicção, que os alienados, de tudo, são, ao menos pseudamente, felizes.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Apenas um ato

Seus olhos claros cravaram minha vida como fizeram os pregos com Jesus na cruz, e o meu sangue se confunde em meu corpo perante o sacrifício que é tê-la distante ou, simplesmente, não tê-la. Mas se o sacrifício de Cristo foi fatal e em prol da humanidade, o meu não é, pois se caracteriza habitual e em um similar autoflagelo cujo nome dado, desde as antigas canções de amigo, é amor. E lá, estava eu, com minha vida pregada por causa daqueles olhos claros, lindos e raros, com o meu corpo a definhar, encarquilhar, e morrendo aos poucos pelo único e grave motivo de amar, desta forma caminho para a morte, claro está, que esse é o nosso fado, pois não nascemos, apenas, iniciamos a morrer. Contudo, permanece o meu corpo a ser devorado pela vida ou pelo restante dela, e, agora, meu peito sente o cutelo lancinante a findar-me a vida. Tudo isso, fruto e usufruto do amor, porém podia me salvar, e na verdade se desejares ainda consegues, da figura gélida da morte, me resgatar. Para tal, basta, somente, fechar os olhos e negligenciar, porque o beijo é a primeira conseqüência. Tu, mulher, âmago do pecado que és, poderá, por força do Poderoso, retirar da cruz um homem parte do seu ser, milagre esse do qual nem Ele fez pelo Primogênito.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

A mulher mais...

A mulher mais culta que conheci não tinha ensino superior.

A mulher mais bonita que conheci não seria apontada, como tal, pelos padrões de beleza vigente.

A mulher mais inteligente que conheci era recheada de mania e defeitos como qualquer humano.

A mulher mais chorona que conheci era um berço de riso na alegria.

A mulher mais risonha que conheci era um rio de lágrimas na tristeza.

A mulher mais mulher que conheci era paradoxal tal qual, todas, as mulheres.

A mulher mais amada, por mim, que conheci era a que mais me amava.

A mulher mais importante que conheci era aquela sempiternamente presente ao meu lado.

A mulher mais especial que conheci morava junto comigo.

Ela me ensinou a viver, assim fazia, do mesmo modo que qualquer mero mortal e seus aprendizados foram assimilados ao longo dos meus dezoito anos até quando em um átimo inopinado de tempo tudo foi abreviado, e por isso foi, portanto, também quem me ensinou a morrer.

A única mulher que amei e a única que me amou, por assim dizer sobre o verdadeiro amor e não aquele perecível comparado a flor.

Foi, és e será parte da minha vida, pois guardo no peito, para todo o sempre, o seu último eu te amo, o seu último sorriso. O amor e a saudade te acariciam ininterruptamente...