domingo, 31 de janeiro de 2010

Obra em tempos

Queria que fosses construção civil
Ou apenas um diamante
Para elevar a essência do meu corpo vil
Pois, em verdade, amo-te como amante

Uma pedra a ser lapidada
A qual não guardaria por dinheiro, apenas por amor
Este existente, entre os seres, desde o tempo em que a pedra era [lascada
Aperfeiçoando-se, embora não sem dor, sem sofrimento...Um [horror!

E, para evitar o azar, não passarei por debaixo de nenhuma escada
Senão, rimarei amor com amor
E perderei todo o encanto

Pois na vida de nada adianta ser doutor
Se não houver coração
Este cupido da emoção e razão, e que destila, em nós, o seu [acalanto.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ledo engano

Confundimos a palavra apego
Com a palavra a amor
Aquilo que era apenas chamego
Transformou-se em imensurável dor

Fugíamos da palavra distância
Pois criamos na onipresença como solução
Assim conjugamos todas as palavras sem nenhuma esperança
E vimos o fim de um pseudo amor e de uma verdadeira paixão

Hoje nos resta a palavra saudade
Daquilo que, supostamente, foi bom
Porém, lembrar, parece maldade
Assemelha-se quando no melhor da música perde-se o som

Ou quando no pináculo da festa cessa a luz
E para ter claridade se acende a vela
Recordar ou esquecer o amor é novamente amá-la
Porque o seu cabelo longo e negro, simplesmente, me seduz

domingo, 17 de janeiro de 2010

O dragão

O dragão cospe fogo
Exala para a natureza aquilo que já não quer
Pois o que era preciso, ele consumiu

Ele não é humano
Porém, é muito bem tratado por outros que dizem ser
Seus efeitos são desumanos

Mas quem disse que é preciso ser ser humano?
Quem pensou naqueles que dão vida ao dragão?
Os mesmos que lhe deram dinheiro?

Perguntas e respostas são inócuas
O dragão continuará a viver
E os que lhe dão a vida jamais entenderão a razão do meu porquê

domingo, 3 de janeiro de 2010

Incerteza

O futuro é inscrito em uma estrada de curvas sinuosas, chuvosa e com muita neblina, por isso não devemos ter preocupação com o que tem pela frente, devemos olhar, apenas, para o presente, e tal ação não deve ser considerada egoísta, pois trata-se de uma defesa contra o pensar naquilo que ainda não ocorreu, isto é, a boca pequena: sofrer de véspera. Porque o que ficou para trás na estrada não voltará e serviu de alicerce para o hoje. Não podemos esquecer a semana passada, no entanto, tampouco vivê-la mais, caso assim faça será um erro crucial, pois será uma queda repetida de ontem no dia de hoje, e a marcação de um futuro tropeço.

Portanto, é essencial que não sejamos escravos de conjecturas futuras, sem dúvida será mais útil sermos atores da vida que acontece agora!