quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Sobre estar ou não estar...



O amor é como a vida, ou está ou não está. Se você está, quer dizer que vive; se não está, significa que não habita mais esse imenso vale de lágrimas. E o amor igualmente.
Ou você ama, se faz presente, satisfaz o seu amor, fazendo-a contente; ou, se ausente, deixa claro que não há amor. Pois, como dito, o amor, assim como a vida, ou está ou não está.
Nunca, portanto, me deixe de dar o teu sorriso, porque posso até viver sem ar, mas sem o seu sorriso, nesta vida prefiro não estar.

domingo, 22 de outubro de 2017

E a saudade?!



A saudade é a presença da ausência, consolidando uma das singelas demonstrações de amor. A saudade decorre do amor tal como as lágrimas escorrem dos olhos. E, não raramente, os olhos ficam marejados pela saudade, seja no reencontro, matando a saudade, seja pela impossibilidade de fazê-la. Como se sabe, por vezes, a saudade é temporária, às vezes é perpétua. Mas, só há saudade, onde há amor. Se não posso ir contigo, independentemente, me leve em seu peito, para onde for.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Sinestesia



A sutileza de abraçá-la com as palavras, de amá-la mesmo a distância e em silêncio, de beijá-la numa troca de olhares. A reciprocidade do sorriso que declara, tacitamente, ‘eu te amo’, enquanto por dentro o sentimento é de ‘eu te quero’. O sorriso abraça, os olhos beijam e as palavras acariciam. O olfato percebe o doce gosto de laranjeira ou seria um cheiro de café, mas não, é apenas o seu aroma de mulher... Ela tem pernas longas e belas; os olhos aduzem o gosto que se assemelha ao do vinho em uma noite fria de outono, com as mãos sente-se que o paladar daquelas pernas é, decerto, do calor em uma noite fria de inverno, regada a vinho tinto. Fazendo, assim, as palavras ficarem inebriadas, o sorriso frouxo, o corpo leve e o lençol, sutilmente, emaranhado. O tato, o paladar, a visão, o olfato e a audição são reduzidos a mais primitiva das sensações; as mãos conduzem e fixam o momento (e a leveza), a língua aprimora o gosto puro daquela embriaguez, o olfato se perde por um instante, a audição agudiza e os olhos viram... Vê-la calipígia, ao acordar, com os olhos das mãos, os cabelos longos espalhados pela cama, o rosto dela descoberto, completamente nu, sem qualquer inibição, é uma sensação sem igual. É possível, ainda, ouvir o som da felicidade no silêncio matinal, sentir o perfume do seu cabelo com a ponta dos dedos, tocar sua pele glabra e, finalmente, neste átimo de epifania, ver o gosto sutil do amor.