terça-feira, 7 de março de 2017

O frenesi das palavras

Tropeço nas palavras,
Quero ordená-las, ordenhá-las, mas não consigo.
Escrevo, apago, volto a escrever, retorno a apagar.
Gravo, apago, gravo novamente, e, por fim, apago a gravação.

Nossa... Por quê tamanha indecisão?
Simples: o coração padece.
E agora, o quê fazer?
Restou o riso, o comum, o nada, a vida, tudo...

Não podemos controlar o amor, não terá lógica,
Nem razão. Não adianta apelar para oração.
Só há união se estiverem suficientemente “bêbados”,

Escusável ficar preocupado,
É preciso não se incomodar,
Amar é estar embriagado.

sexta-feira, 3 de março de 2017

O grito calado.

Como se faz para gritar ao mundo e não ser escutado?
Ora, não seria melhor permanecer calado?
Pois bem, o silêncio não alimenta...
A ausência das palavras se traduz em fome.

O corpo pede movimento
O coração quer cantar a paixão, sentimento sem nome
Razão que prefere o não.
A dúvida do não, o risco de não tentar.

Para quê se iludir?
Argumenta a razão.
Fale seu amor,

Suplica o coração.
Ela é linda, uma dama, e eu, apenas, um vagabundo,
Fica o silêncio. Menos um casal, menos um amor no mundo.

quinta-feira, 2 de março de 2017

Flor de Lótus


Amar é um sentimento inebriante. Aceito.
Mas, será possível desamar?
Como pôr fim no amor que sufoca o peito?
Não tê-la asfixia, e faz recordar o que era pra olvidar.

Seu cheiro está em meus pulmões,
Os olhos dela brilham em todo lugar.
Ahhh... Aquelas pernas...
Com elas, me fazia prisioneiro.

Flor de Lótus.
No seu ventre, eu não tinha paradeiro
Depois, éramos um só. Uma cruz.

O néctar, o mel...
Nos lábios, o gosto doce do nosso sal,
Não era fel. Mas, puro prazer. Éramos eu e você.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Quanto tempo o tempo tem?

Olho para o relógio e vejo as horas...
Mas, seria capaz de ver o tempo?
Seria capaz de saber quanto tempo nós temos?
Quantos anos cabem em uma vida?

Dez anos pra mim são iguais a dez anos pra você?
Para cada indagação, uma medida...
E as respostas não quero saber...
Só me interessa o rodamoinho do tempo.

Jogo-me de cabeça no futuro do presente,
Pois, o pretérito mais que perfeito
Foi embora e me deixou ausente.

Quero o ar que irei respirar, já estou refeito.
O amor não pode esperar,
É ela, embora em silêncio, quem eu cuido no peito.