segunda-feira, 13 de abril de 2009

O subterfúgio e a acomodação

O subterfúgio é o jeito alheio, ou seja, a maneira do outro proceder conosco e a acomodação trata-se da ausência de ação. Assim lendo, parecem conceitos jogados ao vento como a folha que se desprende da árvore no outono, mas não são, pois em nossa frente estão o presente e a relação, seja essa amorosa ou de amizade, entre uma pessoa e outra. Portanto, vamos esmiuçando a fim de clarear os pensamentos, imaginemos uma situação hipotética: Se duas pessoas são amigas e para não haver confrontos entre elas aja um respeito recíproco, até este ponto está ótimo, no entanto quando uma começa a interferir na outra, constrangendo-a, magoando-a e outros termos pejorativos aos quais poderíamos citar, algo está errado. Porém, com o subterfúgio de que essa pessoa é muito especial e se gosta muito, a que não se encontra feliz, na amizade ou namoro ou família, tolera inúmeras grosserias e agora até mesmo desrespeitos, relatando que a outra age dessa maneira porque é seu jeito. Então, suscita uma dúvida pertinente em forma de pergunta: É válido ignorar nosso maneira de como gostamos de ser bem tratados, por causa dos modos de terceiros, mesmo, ainda sim gostando demais da outra pessoa? Vale à pena? Esta questão é a busílis para inúmeros relacionamentos amorosos, de décadas, anos, meses ou dias e para amizades, pois até que ponto podemos tolerar o outro sem que interfira em nós, no que somos. Esta simulação serve também, por que não se ajustaria, para relações intrafamiliares, nas quais por incontáveis vezes nos deparamos com essas situações.

E a resposta a esses questionamentos vem do antro de cada um, da alma de cada um, das opções de cada indivíduo para sua vida, há é verdade centenas, como pessoas que por escolha se acomodam e abstêm-se da ação efetiva, seja ela um término, recomeço e a melhor das soluções, quando se ainda é possível, a conversa, e por conseguinte submetem-se aos gostos, mandos e desmandos alheios perdendo a própria identidade. Ao tangenciar esta acomodação, um dos mais ilustres pensadores contemporâneos, já finado, John Lennon, dizia que só estamos aptos a amar de verdade, seja em união dos sexos opostos ou uma simples amizade, se antes amarmos a nós mesmos. Visto que só podemos gostar e admirar alguém se dantes de tudo, fazemos por nós, porquanto não é possível algo real sair de onde não há amor próprio, logo o real far-se-á em uma coluna volátil e não passará do patamar de sonho.

Desta forma, fica evidente que os cientistas ao dizerem sobre nossa capacidade distinguível dos demais, como homo sapiens e possuidor do polegar opositor, remete-nos a arte da dialética para equacionar o que nos incomoda e apetece. Um vez que resolvendo a esse modo nossos enclaves com os outros, sem desprezarmos a nós mesmos, sem ignorar o amor interior, pois se isto faltar o sentimento pelo próximo findar-se-á sem sequer iniciar ou será apenas uma doença, na qual a cura é menos difícil do que se pensa tampouco fácil do que se fala.

3 comentários:

  1. Já pensou em fazer Letras ou Comunicação Social?
    Tá melhorando a cada post, cara...

    Abração!
    Savyo Oliveira.

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  2. Faço a mesma pergunta do Savyo,até como estudante de Letras digo que tens o perfil de um!
    E viva o amor próprio!
    Beijos!

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  3. Savyo e Tia Dani, acho interessante essas possibilidades, e antes de tudo agradeço os elogios, mas elas somente ao futuro.

    Sonho mesmo em cursar Direito e, depois quem sabe, História e outros cursos.

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