quinta-feira, 7 de maio de 2009

Funções originais

Se meus olhos escrevessem seriam o Camões da literatura, descreveriam você com toda sua beleza e luz, repleto de seus contornos singulares e inteligência insólita. Porém, aos meus quando encontrassem os seus haveria um derramamento, inevitável, de sal que talvez outrora fossem lágrimas de Portugal. Este fato aconteceria através de um sentimento intermitente, aflitivo, pungente, abortivo e, sobretudo, amoroso, apaixonante de dois pares que, juntos, brilham por brilhar tal qual o sol nasce por nascer e o dia se inicia e se finda todos os dias, portanto seria algo que meus olhos com toda a retórica e perícia descritiva jamais lograriam precisar. Por fim, pediria humildemente, a eles, para voltarem às suas funções originais de nortear a vida. Pois, este mísero e precioso segundo de encontro dos brilhos meus aos teus é indescritível, não pede palavras, porquanto suplica pelos vossos fechamentos, porque desta margem em diante o amor faz sua parte.

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