domingo, 5 de dezembro de 2010

Olhos que nunca viram

Hoje, li uma reportagem em que cientistas descobriram técnicas para recuperar, na totalidade ou parcialmente, a visão de pessoas com problemas nas córneas, sejam elas desde nascença ou por vicissitudes da vida.

Particularmente, fiquei extremamente feliz, não apenas por estas pessoas realizarem o maior sonho de vossas vidas, como por me solidarizar com este sentimento, essa angústia, e essa aflição. Todavia, minha felicidade vai além, pois, para mim, estas pessoas ‘enxergavam’ o mundo de outra maneira, porque ‘olhavam’ com olhos internos, do sentimento, do verdadeiramente humano, portanto, a meu ver, se tentarem empreender ao mundo aquilo que sonhavam/imaginavam, teríamos uma substancial melhora na perspectiva da humanidade, de modo nunca antes visto. Entretanto, se esses outrora cegos estiverem ‘cegos’ da alma como outros, que sempre enxergaram, contemporâneos ou se deixarem ‘cegar’ pelos outros ou, ainda, se se considerarem insuficientes seus esforços para mudanças e desistirem de enxergar ao abrirem mão de suas idéias, estaremos, assim, fadados à hecatombe humana.

Desta forma, torna-se patente que se a humanidade continuar a conjugar os verbos, na 1ª pessoa do presente, vender e/ou vendar em detrimento do ver, no gerúndio, e, por livre arbítrio, decidir por não enxergar, sofreremos bastante. Portanto, nesta vida de ‘ver, vender ou vendar’, resta-nos ver – não ficar mudo – e mudar, pois eu, sozinho, até mudo, mas juntos mudaremos e quiçá modificaremos.

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