domingo, 21 de fevereiro de 2010

Fim do carnaval

Viajaria nesse carnaval, mas por motivos pecuniários resolvi abrir mão da viagem para gastar o dinheiro com o que julguei ser, na frente, mais proveitoso. A viagem estava certa, tinha planejado há tempos, seria um carnaval diferente, no entanto, optei pelo pragmatismo e mais uma folia no Balneário de São Sebastião, a propósito já são dezenove por aqui, pois um passei em Cabo Frio, quando tinha uns cinco ou seis anos.

Enfim, a rotina seria a mesma e a monotonia já era vista, a ponto de falar inúmeras vezes que seria ruim ficar na Cidade, a qual os turistas passam férias e eu moro, mas essa insatisfação era em razão da frustração por eu mesmo ter vetado a minha já citada viagem. Meus amigos e minha experiência me levaram à praia, ao mar e às ruas que conheço de cor, e talvez por isso, cria que seria entediante. Contudo, a vida tem dessas coisas, sobretudo o destino, que quando vamos a murmurar e reclamar, já está atrás de nós e já estendeu a mão para tocar-nos o ombro e presentear-nos com seu afeto. Assim, desta vez, também foi, pois reencontrei amigos, os quais fazia tempo sem ver e conheci pessoas, das quais certamente levarei por anos, quiçá por vidas. Mormente descobri mais desse lindo e imenso Balneário, a ponto de compreender haver mais do que apenas mar, praia e montanhas, porque há, outrossim, uma inefável “mar e ilha”, e sobre esta, se o neologismo soa mal ou agride o visual, perdoe-me o português. Por minha defesa uso às conotações da mente e do coração, e a elas sempre haverá perdões. Portanto, nunca tive tanta certeza daquele adágio de Vinícius de Moraes, o qual dizia: “A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida!” O poeta esteve, está e sempre estará certo, felizmente.


Falando, politicamente, dos pontos positivos e negativos do carnaval de rua:

Positivo: Poucas vezes se viu nas ruas cariocas tamanha segurança, em um carnaval, para as pessoas, sejam elas moradores como turistas, além da organização do trânsito. Além claro, dos banheiros químicos holandeses, os quais mostraram ser eficientes, e ademais caíram no gosto popular, não obstante serem poucos pela cidade.

Negativo: Dar-se pelos términos dos blocos demasiadamente cedo, por inúmeras vezes, antes mesmo até do sol se pôr. Ainda existe a questão periclitante de urinar nas ruas, pois como o governo não concede meios suficientes, no caso banheiros químicos, para os foliões se aliviarem das necessidades fisiológicas, e quando concede se esquece da higiene, é natural que a rua seja alvo das pessoas. Logo, a meu ver, antes de “criar” o crime de urinar na rua como ato obsceno, algo inverídico, pois quem faz, de fato, quer se esconder e apenas se aliviar, logo não constituindo uma obscenidade, o governo deve dar subsídios para os foliões fazerem suas necessidades com descrição e higiene.



PS¹: A preocupação com o trânsito durante o carnaval, uma época de exceção, logo entende-se o transtorno nas ruas, é válida, mas por que não ocorre tal diligência durante todo o ano?! Por que esse zelo não vira rotina e deixa de ser, também, uma exceção?!


PS ²: Doravante, este blogue será atualizado quinzenalmente.

2 comentários:

  1. Parabéns cara!!

    Muito bem escrito, às vezes não é nada fácil representar com palavras o que os olhos vêem.


    Mandou bem!

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  2. Valeu Rodrigo, pelo elogio. E saiba que és dos que citei, aos quais não conhecia, mas amigo para se levar por anos a fio.

    Abração.

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