Definitivamente, se eu tinha alguma dúvida não tenho mais, eu não sou do mundo atual. E por mais paradoxal que possa parecer, hoje, tenho certeza: Eu não sou contemporâneo do mundo que vivo.
E fatores que, para mim, comprovam isso são vários e posso enumerá-los, além de justificá-los.
Não tenho a rapidez, agilidade e efemeridade que o mundo necessita, pois é inerente, a minha natureza, ser calmo e devagar, porém devo confessar que vez ou outra, por influência externa, ajo contra a minha essência e a favor da maré, o que claro me faz mal.
Não me enchem os olhos as músicas de sucesso que a juventude admira, porque são tão efêmeras quanto vazias, no meu modo de ver. Prefiro músicas antigas, sons melódicos, conotações infinitas, a qual a imaginação vive sempre a navegar, apesar de gostar, também, de uma ou outra que contrarie esses conceitos.
Tampouco me enchem as vistas a necessidade de lazer televisiva, com seus falsos entretenimentos e suas pseudos contextualizações e preocupações com a sociedade, pois o interessante para as emissoras é o lucro, ainda que para tal se venda o sofrimento, a desgraça e a miserabilidade, e acreditem, pasmem, é o que mais fazem.
Tampouco gosto da falta de educação do mundo de hoje, pois ser educado, cortês e cavalheiro tornou-se uma falta de qualidade ou o que é pior, um defeito.
Acredito que seja sem propósito a apologia ao homossexualismo , não que eu seja discriminatório ou coisa parecida, mas creio que tal é semelhante a banalização do corpo da mulher e do sexo, ou seja, desnecessária. Além disso, essas incidências nos canais midiáticos constituem uma agressão ao ser humano, pois a essência desse é tida de maneira irrelevante. Há um amigo meu que diz: “A educação e o heterossexual estão em extinção.” E infelizmente constatamos a veracidade da afirmação, porque qualquer atitude parece ofender a minoria - o gay - ou a maioria conduzida – o mal educado. E que fique bem claro, não comparei tampouco disse que homossexuais são sem educação, apenas coloquei em paralelo essas dicotomias. Até por que, os gays são conhecidos, notoriamente, por suas educação e cultura. Assim, creio que devem lutar contra qualquer discriminação, porém sem apologias, pois, reitero, não gosto de nenhuma banalização sexual, julgo ser sem propósito. Porquanto, por exemplo, acredito ser muito ruim a ausência da sensualidade feminina com a consequente valorização e banalização do corpo da mulher por si só, pois particularmente julgo ser essencial aquele suspense-romanceado, é imprescindível.
Porém, nada me aborrece tanto quanto as rotulações impostas pelas pessoas, por motivos simples. Primeiro, por essência qualquer rótulo é pejorativo e reduz discussões entre pessoas com pensamentos divergentes, e debates, por mais que digam ao contrário, são imprescindíveis para o crescimento como cidadão e agente humano. Certa feita, Mário de Andrade disse: “Enquanto alguns discutem rótulos, outros discutem conteúdo.” E, cabe a mim, somente, concordar com este sensacional escritor, sem tirar nem pôr.
Também me entristece a falta de capacidade dos semelhantes se ouvirem e, claro, se respeitarem, não à toa se sentem ofendidos por nada. Mas, isto se deve ao fato das baixas escolaridade e cultura em detrimento a supervalorização do dinheiro e do supérfluo, contudo este é um problema do presente, foi do passado e provavelmente será do futuro do nosso país, e por que não, até mesmo da humanidade.
Dessa forma, deve ser claro porque não sou contemporâneo deste mundo, e para corroborar ainda há os fatos de gostar de História e ser Botafoguense. Pois, é o Botafogo, um clube formado de glórias passadas e por um amor-romance-paixão imensurável de sua terna e eterna torcida.
Destarte, talvez eu tenha, realmente, nascido atrasado ou simplesmente tenha vindo no tempo errado.